Interior da Igreja da Santíssima Trindade vazia, Tiradentes - MG
Qual a relação entre as duas expressões do título? Em princípio, nenhuma. Mas há uma sim, e outra que posso construir até o fim do texto. A frágil relação já existente é o fato de que conheci ambas em passeios por blogs nesta semana.
Vou começar pelos "desigrejados". Essa palavra estranha foi usada pela Rô, do blog MULHERES SÁBIAS, em uma longa conversa no blog A PEDRA, do pastor Anselmo Melo. Ela escreveu uma frase mais ou menos assim: "Tem um monte de desigrejado se passando por anônimo aqui". Sim, a frase é estranha, mas se explicava pelo contexto. Não perguntei para conferir o sentido pretendido com a palavra, mas imaginei que se tratam de pessoas cristãs que não participam de igreja alguma. Será que estou certo? Vou supor que sim, para pensar um minuto sobre essas pessoas.
Bem, eu não sou desigrejado (doravante, uso o termo sem aspas, considerando que já foi assimilado em nossa breve conversa como vocabulário padrão mutuamente reconhecido), mas já fui. Conheço também muitos desigrejados queridos. Acho que os desigrejados existem por nossa incapacidade de sermos verdadeiramente igreja cristã. Veja bem, não acho que a incompetência seja deles exclusivamente, nem dos igrejados somente, mas comum, de todos nós. Tanto eles, como nós somos parte da Santa Igreja de Cristo, Igreja invisível, mas mais subsistente que qualquer instituição visível que adote nome semelhante. Queiram eles ou não, saibamos nós ou não, se nossa fé é comum em Cristo, somos parte da Única e Santa Igreja, que se espalha por todo o mundo. Por que não estamos juntos em igrejas visíveis, instituições palpáveis? Volto à hipótese: Por nossa comum incompetência de sermos verdadeiramente igreja cristã. Se nossa vida eclesiástica estivesse estabelecida por uma relação de mútuo amor, pelo cumprimento do novo/velho mandamento, nossa únião seria bem mais viável. Se não amamos, não aprendemos a viver em união. O problema é que se não amamos verdadeiramente, também não somos verdadeiramente igreja cristã, segundo nosso amigo comum João.
Hoje, felizmente, posso desfrutar de uma saudável vida comunitária. Sou decididamente igrejado depois de momentos de incerteza e desigrejamento. Por isso, arrisco-me a dar pelo menos uma ou outra dica para a manutenção do igrejamento: Que a prática do amor e o serviço ao próximo sejam o seus objetivos centrais no ajuntamento, juntamente com o culto a Deus e o anúncio do Evangelho. Que a igreja não seja lugar para procurar erros dos outros, mas para que cada um se aperfeiçoe e se livre de seus próprios. Que se entenda que a igreja é uma comunidade formada por diversas pessoas, não uma empresa ou instituição que alguém possui. Que sempre nos lembremos de que somos todos pecadores, embora simultaneamente justos.
Enfim, a vida em Igreja não precisa ser uma questão de tolerar a presença dos outros, de birras e comparações, mas de crescer em amor com tranquilidade e felicidade.
E o caldo verde? Ah, esse caldo eu conheci em outro blog, o COZINHA TRAVESSA. Fiz, convidei meus pais, e todos aprovaram! Pensei, então, que o mesmo frio que pode nos manter afastados uns dos outros, cada qual em sua casa, pode também ser o ensejo para que nos reunamos em torno a um delicioso caldo como esse. Entre uma colherada e outra, nossas palavras tornam comuns as nossas experiências. Entre comentários e sorrisos, sem perceber, nos igrejamos um pouco.
Forte abraço a desigrejados e igrejados,
Cesar
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ResponderExcluirOlá, Rô,
ResponderExcluirBaita comentário. Agora aprendi como faço para que as pessoas comentem... É só mencionar o nome delas! Brincadeira. Obrigado por esclarecer o sentido que querias dar a "desigrejados". E que bom que não perguntei antes, pois teria que escrever um texto muito mais complexo e tenso, o que não seria coisa para esta humilde "cantina".
Quanto a ser uma falácia o que está escrito aí arriba, por enquanto continuo achando que não. Mas que cada eventual leitor o julgue. Continuo entendendo que se fizéssemos conforme a proposta bíblica de convivência em amor (e acho que ainda estamos meio distantes disso), muitos dos que estão fora se achegariam.
Ah, tenho certeza de que congrego sim. hehehe
Um abraço,
Cesar
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