Diz o Affonsinho, um músico bacana aqui de Minas, que criticaram o Paul McCartney dizendo que ele era o caretão que só escrevia canções bobinhas de amor, enquanto o John era o engajado doidão, que se enveredava pelas urgentes questões políticas. A resposta foi "Silly Love Songs", mais uma canção bobinha de amor! Demais!
Mais de três décadas depois, eu escuto essa música e me inteiro do contexto. Não deu outra! Assustei-me ao reparar que essas coisinhas bobas que chamamos de detalhes do amor romântico (cafona, brega, careta etc) já podem ser consideradas quase como marcas de um posicionamento político. Dedicar-se a uma só pessoa, amar e ser amado, ter tempo para conversar e resolver as pendências, falar baixinho mesmo achando que o outro já devia ter entendido, sorrir apesar do cansaço, fazer carinho só pra sentir a pele da pessoa amada participando da sua, ir buscar a água quando não se tem sede... Tudo isso é um posicionamento político verazmente intenso, pois, mesmo parecendo idiota, dá o tom de uma proposta para toda a sociedade. O amor (e não estou falando só do amor ao próximo em geral ou como virtude cristã, mas da caretice mesmo, daquele amor que faz alguém dizer "mô" ou "amorzinho" pra chamar o ser humano que está sentado ao lado no sofá) é a expressão de uma crença e proposta de constituição de algo maior.
Enfim, a música do Paul é melhor que minha reflexão desordenada:
You'd think that people would have had enough of silly love songs.
But I look around me and I see it isn't so.
Some people wanna fill the world with silly love songs.
And what's wrong with that?
I'd like to know, 'cause here I go again
I love you, I love you,
I love you, I love you,
I can't explain the feeling's plain to me, say can't you see?
Ah, she gave me more, she gave it all to me
Now can't you see,
What's wrong with that
I need to know, 'cause here I go again
I love you, I love you
Love doesn't come in a minute,
sometimes it doesn't come at all
I only know that when I'm in it
It isn't silly, no, it isn't silly,
love isn't silly at all.
How can I tell you about my loved one?
How can I tell you about my loved one?
How can I tell you about my loved one?
(I love you)
How can I tell you about my loved one?
(I love you)
But I look around me and I see it isn't so.
Some people wanna fill the world with silly love songs.
And what's wrong with that?
I'd like to know, 'cause here I go again
I love you, I love you,
I love you, I love you,
I can't explain the feeling's plain to me, say can't you see?
Ah, she gave me more, she gave it all to me
Now can't you see,
What's wrong with that
I need to know, 'cause here I go again
I love you, I love you
Love doesn't come in a minute,
sometimes it doesn't come at all
I only know that when I'm in it
It isn't silly, no, it isn't silly,
love isn't silly at all.
How can I tell you about my loved one?
How can I tell you about my loved one?
How can I tell you about my loved one?
(I love you)
How can I tell you about my loved one?
(I love you)
P.S.: O Affonsinho comentou sobre isso porque fez uma música chamada Silly Love Sambas, que é muito boa também. Depois comento.
Olá! Vim aqui para te conhecer melhor. E achei este post do Paul deliciosamente escrito. Aliás, você tem uma veia super legal para escrever como quem está conversando com a gente na mesa aqui de casa.
ResponderExcluirParabéns.
Abraços sempre afetuosos.
Casal 20,
ResponderExcluirObrigado pela visita e pela generosidade das palavras! A cantina está sempre de portas abertas para pessoas simpáticas como vocês. Voltem sempre!
Abraço,
Cesar