terça-feira, 25 de outubro de 2011
O sangue dos garis e o silêncio dos profetas
Quando o sol mal beija o asfalto
Já lá escorre o sangue dos garis
novos companheiros de Abel
O Caim bancário
Dirige carro caro,
embriagado
pelo poder
E tem poder:
mata
paga
sai
Quanto custa um gari?
Até ontem não se sabia.
Agora todos respondem de cor:
Dois garis negros custam cinquenta mil
Vinte e cinco cada um.
De brinde, quase vai um terceiro.
E os profetas?
Não vão falar?
Não vão clamar?
Os profetas... Eles estão ocupados falando de misterioso tripé espiritual, de prosperidades, botas de piton, de pecados sexuais, banalidades e vaidades.
E os crentes?
Não vão perguntar perplexos: o que é isso?
Os crentes... Eles querem é ter o mesmo que o Caim bancário:
a renda, o poder, o carro, a roupa.
Quem vingará o sangue dos três garis?
Quem dará eco a sua dor e voz a seu silêncio?
Quem interpelará os legisladores, que legislam para o próprio lucro, e se esquecem do povo que sofre tamanha injustiça?
Quem exigirá mudança de nossas leis frouxas?
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A embriaguez da alienação dos crentes tem sido conivente com muitas mortes em nossa pátria.
ResponderExcluirA ganância herdada pelo espírito do mundo, o capitalismo selvagem, tem entorpecido mentes e corações.
É, Marcello. Nós precisamos de conversão urgentemente. Se não, continuaremos esse sal sem gosto, essa coisa sem graça que não fede nem cheira.
ResponderExcluirUm abraço,
Cesar