John Jones, lutador de MMA com cara de que fedeu.
Detalhe, no lado direito do peito, uma inscrição:
Filipenses 4:13 (Sim, é esse mesmo: Tudo posso naquele
que me fortalece").
No blog da Rô, ela fez referência a essa tatuagem como "profissão de fé" do moço. Eu, que lá critiquei esse "esporte" como declaração pública da barbárie humana, penso muitíssimo diferente. Esse versículo, no peito de um gladiador, gera uma leitura distorcida: Tudo posso? Quero dizer, posso contra o oponente? O rapaz ajudou a gerar mais uma interpretação equivocada do famoso versículo paulino. O apóstolo falava justamente de ser capaz de suportar momentos bons e ruins, e os evangélicos o desentenderam voluntariamente e piedosamente. Agora, caro Paulo, o lance é só vitória. Vamos, pois, cortar a continuação do versículo e dizer: Eu venço tudo naquele que me fortalece! Ora bolas, será que eu venço meu oponente de MMA, destruindo seu joelho, com a ajuda de Jesus?
É claro que eu não diria essas coisas na frente do moço da foto; não por hipocrisia, mas por senso de auto-preservação mesmo, mas acho que, em vez de profissão de fé, esses lutadores de MMA que agradecem a Deus por suas vitórias fazem um testemunho às avessas. Eles testemunham o cristianismo que (supostamente) dá vitórias, mas não o verdadeiro cristianismo, cujo princípio maior é "amarás o próximo como a ti mesmo"! E o amor não combina com deixar o olho de outro ser humano do tamanho de uma bola de tênis! Eles testemunham que o cristianismo não muda a visão da violência, assim como nós, um dos países mais cristãos e também o mais corrupto do mundo, testemunhamos que o cristianismo não nos livra da corrupção.
Sim, vão dizer que é a profissão deles. Profissão? Sinceramente, acho que são escravos, tanto quanto os gladiadores romanos. A diferença é que o senhor dos gladiadores era um ser humano mais poderoso. Os senhores desses lutadores parecem ser o Dinheiro e a Vaidade. Vão dizer, também, que é esporte e que em esportes sempre acontecem lesões. Lesões? Sim, mas uma coisa é um esporte no qual a lesão é um efeito colateral, fruto de um acidente. Outra coisa é uma briga em que a lesão do outro é a meta.
Pois bem, e logo, no fim da luta, vemos um cara sangrando com um corte no olho, o braço quebrado, o joelho inchado. Do outro lado do octógono, o cristão levanta as mãos aos céus e diz: Obrigado, Senhor! Bem, se a luta tivesse sido motivada pela defesa da família do camarada, pela própria vida... tudo bem. Mas a motivação é contada, e são milhões de dólares. Obrigado, Senhor, porque eu quebrei a cara daquele ser humano e vou ganhar dinheiro! É isso?
E os crentes ficam felizinhos achando que a propaganda foi boa. Boa? Daqui a pouco vai pintar gangue gospel marcando briga na rua.
Na minha opinião, essas lutas são o retrato de uma sociedade doente e paradoxal, que fala de paz mas se delicia com a violência. E os cristãos, que muitas vezes são tão doentes e paradoxais quanto o resto do mundo, querem suas migalhas, seus minutos no foco dos holofotes.
Até onde vai esse trem?
Cesar
P.S. Estou dizendo que eles estão pecando? Para! Eu falei o que falei. Não falei o que não falei. Se são verdadeiros cristãos ou não, como eu disse numa das postagens anteriores, depende da fé que têm em Jesus como aquele que os redime. O que eu abordei foi o fato de que o testemunho que oferecem é paradoxal.
Bem vindo, Salviano.
ResponderExcluirEspero que tenha gostado de algo mesmo. Mas tenho certeza de que, se ler mais algumas postagens, vai discordar de muita coisa. Mas também quando divergimos em pontos secundários acabamos crescendo.
Bem, sua propaganda está aí. Se algum dos poucos clientes desta humilde cantina quiser, certametne aparecerá por lá.
Abraço,
Cesar
Primeiramente defendendo o Jon Jones, não! Acredito que ele não quis dizer que vence todo mundo! Apesar de qualquer preconceito que exista sobre ele, ou sobre qualquer lutador, acredito que antes de postagens como essa deveríamos conhecer a sua história, saber o que o motivou a escrever aquilo, a vida dele deve ter sido muito mais difícil quea de muitas pessoas! Sim tudo pode naquele que o fortalece, a perda de um pai ou de uma mãe tão cedo não é pra qualquer jovem, negro, morador de um bairro pobre! Novamente se o conhecesse saberia que sim! Poderia falar tudo o que pensa na frente dele, duvido que fora dos ringues ele faria alguma coisa com qualquer um! Amarás aopróximo como a ti mesmo! Qual é o seu amor por ele? Criticando e criando preconceitos sobre a vida de qualquer pessoa? Sua opinião é de que são escravos? Novamente equivocado, deve conhecer mais o esporte, a vida de quem os pratica, a quantidade de jovens sendo tirados da rua e sendo evangelizados através desse esporte! Em curitiba temos aula de MMA, em várias igrejas! Uma delas é a bola de neve! O objetivo nãoémachucar o oponente, mas é claro que almejamos a vitória! Assim coo no futebol, onde existem lesões muito mais sérias, e inclusive o número de mortes é muito superior! Dinheiro ? Vaidade? Sugiro que conheça a vida de alguns lutadores: Rousimar Palhares (toquinho), Vitor Belfort, Minotauro e Minotouro... entre diversos outros!
ResponderExcluirAnônimo,
ResponderExcluirNão costumo publicar coisas de anônimos, mas fiz uma exceção.
Igrejas? Será que são mesmo igrejas lugares em que se ensina a provocar edemas sérios nos outros humanos?
Você diz: "O objetivo não é machucar o oponente, mas é claro que almejamos a vitória!" E como é que se conquista a vitória???? Pelo que vi, machucando seriamente o oponente! Sua incoerência é flagrante! Como é que se consegue a vitória no futebol??? Fazendo gols. A diferença é óbvia. Já pratiquei três artes marciais diferentes por considerável tempo. E digo sem medo: MMA não é esporte, é rinha de gente!
Critico porque tenho mente justamente para isso.
Conhecer a vida dessas pessoas? Conheço pelo que vejo na mídia. Não perco tempo com pessoas superficiais, pq tenho que me dedicar a pessoas que têm algo mais que músculos e frases clichês a oferecer.
E o cristianismo segue moribundo com gente preguiçosa no pensar.
Mas faça como quiser.
Abraço,
Cesar
Mais uma observação! Reportagem publicada no dia 04/05/2012:
ResponderExcluir"Las Vegas, EUA. Um novo estudo norte-americano envolvendo atletas profissionais de lutas indica que essas pessoas sofrem lesões cerebrais muito antes de os sintomas se manifestarem.
Em exames de ressonância magnética, as mudanças físicas detectadas foram a redução no tamanho do hipocampo e do tálamo dos cérebros dos lutadores com mais de seis anos de atuação nos ringues. Essas partes do cérebro lidam com funções como a memória e o estado de alerta.
O Estudo de Saúde Cerebral dos Lutadores Profissionais, que vem sendo realizado há um ano pela equipe do neurologista Charles Bernick, nos Estados Unidos, pesquisou 109 atletas. O trabalho aponta também que pequenas e repetidas concussões - traumatismo na cabeça - podem ser tão ou mais perigosas que os chamados nocautes.
Enquanto aqueles que haviam lutado por mais de seis anos ainda não apresentavam diminuição nas funções cognitivas, os lutadores com mais de 12 anos de carreira apresentavam problemas. Assim, a equipe de Bernick concluiu que o intervalo entre a possibilidade de detectar as lesões e os sintomas físicos provavelmente ocorre nesse intervalo de seis anos."
Fonte: http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=202512,OTE