O Evangelho é mensagem estranha, rara e desconhecida. Seria normal dizer essa frase se eu estivesse pensando no Irã, na Somália ou em não sei mais onde. Mas estou pensando em igrejas cristãs. E mais, estou pensando em igrejas que levam o nome de (ou são rotuladas de) "evangélicas". Alguns vão logo pensar que estou falando como aqueles que avaliam o nível de evangelicidade de igrejas alheias com base na "envergadura moral" de seus membros ou líderes. Mas o que quero dizer é quase o oposto!
Quero dizer, e lá vou dizendo (que não tenho tempo para meias palavras), que é assustador como alguém pode crescer em meio a pessoas evangélicas, ser membro participante de uma igreja evangélica, ser até líder de uma igreja evangélica, e continuar vivendo o cristianismo como se fosse um novo judaísmo. Não tenho nada contra o Judaísmo. Na verdade, gasto boa parte de meu tempo estudando o judaísmo antigo. E todos os judeus que conheci foram muito gentis comigo. Quase todos, tem um rabino meio mala... Bom, voltando. O negócio é que uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa (um fundamento lógico muito esquecido ultimamente, talvez complexo demais para nossas mentes!). O problema é que o Jesus que muitos evangélicos conhecem é quase um novo Moisés. E eles são quase como novos hebreus, se esforçando para cumprir à risca as leis, de modo a serem dignos da salvação eterna. Eternamente, nós humanos insistimos em nossa arrogante prepotência de querermos ser capazes das coisas. Transformaram, então, o Evangelho em nova Lei, agora decorada com palavras amorosas e convidativas, que, no fundo, escondem a vigilância e o terror de leis, muitas vezes, muitas vezes mais opressoras que a antiga. (um muitas vezes é de tempo, o outro de intensidade, sacou?)
O Evangelho é uma aliviada na Lei? É uma Lei para todos, universal? É o quê? Nada disso. Lembram-se daquela música que os evangélicos gostavam de cantar: "Não tenhas sobre ti um só cuidado qualquer que seja. Entrega tudo a mim. Confia de todo coração. É meu, somente meu, todo trabalho, e o teu trabalho é descansar em mim!"? Pois é. Eles amavam cantar isso. (Será que ainda cantam?) Mas daria pesadelo se alguém propusesse viver isso de verdade. E foi o que Lutero fez séculos atrás. Mas os evangélicos também não entendem Lutero. (Afinal, nunca deram bola pra ele de verdade.) Não! Eles não vão achar que não têm o que fazer. Querem fazer. Querem ter uma ótima performance ética, santificada, digna, potente! Os ungidos! Merecedores que se orgulham de dizer bem alto: "Éééée... Senhor.... eu não mereço, SenhoooooOOooor!". (Essa gemidela é pra deixar o tom mais piedoso. Mas cansa... Um dia quase falei pra uma pessoa assim: "Nós viemos aqui pra orar ou pra gemer?" Mas não falei, que sou até educadim).
É meu o trabalho? Qual é o meu trabalho? Confiar em Cristo (ponto). E mesmo isso, me é dado pelo Espírito Santo. Opa! Eu faço o que nessa parada? Descanso! Descanso? É! Mas não tenho que parar de fumar, de beber, de assistir porcaria na tv (tipo Silas Malafaia, BBB, André Valadão e Xuxa)? Não, não tem que fazer nada. É só confiar em Cristo. O resto é secundário. É até importante, para viver uma vida tranquila, baseada na sanidade do conselho de Deus, mas não vai contar uma pitadinha sequer para contribuir para sua redenção. E se a irmã Josefina rebolar assim e assado, ela continua sendo cristã? Meu amigo, que pergunta, heim? Tá de olho na buzanfa da Josefa e esquecendo de dar atenção pra sua esposa, não tá não? A Josefa é cristã se ela confia em Cristo. Isso é o Evangelho. E tem mais, se você não olha pra buzanfa da Josefa, não rebola com ela, não bebe álcool etílico, nem fuma umas coisas meio suspeitas, e acha que por isso merece um bocadinho mais o perdão de Deus, você é que não tem sido cristão, não tem vivido o Evangelho. Tem, pelo contrário, pensado que Jesus é um novo Moisés.
Como disse um pastor cujo sermão ouvi há pouco, a grande e última grande obra da carne é me fazer pensar que por mim mesmo eu confio em Deus. Verdade. E se eu reconheço essas coisas profundas, simples e impactantes do Evangelho, eu paro com essa babaquice de ficar bizoiando a vida dos meus irmãos para medir a espiritualidade deles por padrões morais.
O Evangelho é radical. Alguns dizem que é fácil ser religioso, mas que é difícil ser cristão de verdade. É verdade, mas eles o dizem pensando que é difícil porque tem que ter capacidade para cumprir isso e aquilo, coragem para dizer isso e aquilo etc... Não. É difícil porque tem que deixar de se achar, para achar-se seguro só em Cristo, por Cristo, para Cristo. E isso o orgulho besta não permite.
E as Leis? Servem de instrução. Mas não produzem salvação nenhuma, pois você nunca conseguiria cumprir todas. E tropeçar em uma é tropeçar na Lei como um todo. E toda a justiça que você pode conseguir tentando cumprir as leis não passa de um "trapo de imundice" diante do padrão do Deus Eterno. Outras imagens para trapo de imundice: fralda cagada, absorvente usado, pano de limpar banheiro público (depois de usado). Entendeu?
E Cristo? Ele te chama como você é. E não tem esse papo de que você depois tem que mudar. Porque se fosse assim, seria meio que propaganda enganosa, sabe? Ele te chama como você é. E se você ficar assim, ele ainda assim não te joga fora, pois morreu justamente para que você não tivesse que ser perfeito (porque não conseguiria). E se você melhorar aos poucos, que bom, vai viver mais tranquilo.
"Mas se eu falar isso para os evangélicos eles vão descambar de vez", alguém pode pensar. E daí eu observo: se descambarem é porque estão somente simulando algo que não parte do interior. "Mas os novos adeptos não vão santificar suas vidas". Claro que vão! Você não crê na obra do Espírito Santo? Ou crê, mas por via das dúvidas acha que tem que dar uma força pra Ele? Se continuarmos no papo vou até achar que você, no fundo, é um ateu que acha o cristianismo conveniente para a coesão social. (Já leu aquele livro do Unamuno?) Eu prefiro crer.
Enfim, os evangélicos precisam ser avisados urgentemente sobre o evangelho.
Quanto a mim, pecador que sou, incapaz de ser perfeito, confio em Jesus Cristo, o redentor. Só!
Tenho dito.
Abraço,
Cesar
P.S. Se você ficou com a ideia de que este deve ser o texto de um maloqueiro tentando se justificar, tá enganado. 1) Sou mais careta que a média. Não chego a corar lendo O Pequeno Príncipe, mas evito escrever a palavra "bunda", você percebeu? 2) Eu não tento me justificar em nada, pois Ele já me dá a justiça, toda que preciso.
Quero dizer, e lá vou dizendo (que não tenho tempo para meias palavras), que é assustador como alguém pode crescer em meio a pessoas evangélicas, ser membro participante de uma igreja evangélica, ser até líder de uma igreja evangélica, e continuar vivendo o cristianismo como se fosse um novo judaísmo. Não tenho nada contra o Judaísmo. Na verdade, gasto boa parte de meu tempo estudando o judaísmo antigo. E todos os judeus que conheci foram muito gentis comigo. Quase todos, tem um rabino meio mala... Bom, voltando. O negócio é que uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa (um fundamento lógico muito esquecido ultimamente, talvez complexo demais para nossas mentes!). O problema é que o Jesus que muitos evangélicos conhecem é quase um novo Moisés. E eles são quase como novos hebreus, se esforçando para cumprir à risca as leis, de modo a serem dignos da salvação eterna. Eternamente, nós humanos insistimos em nossa arrogante prepotência de querermos ser capazes das coisas. Transformaram, então, o Evangelho em nova Lei, agora decorada com palavras amorosas e convidativas, que, no fundo, escondem a vigilância e o terror de leis, muitas vezes, muitas vezes mais opressoras que a antiga. (um muitas vezes é de tempo, o outro de intensidade, sacou?)
O Evangelho é uma aliviada na Lei? É uma Lei para todos, universal? É o quê? Nada disso. Lembram-se daquela música que os evangélicos gostavam de cantar: "Não tenhas sobre ti um só cuidado qualquer que seja. Entrega tudo a mim. Confia de todo coração. É meu, somente meu, todo trabalho, e o teu trabalho é descansar em mim!"? Pois é. Eles amavam cantar isso. (Será que ainda cantam?) Mas daria pesadelo se alguém propusesse viver isso de verdade. E foi o que Lutero fez séculos atrás. Mas os evangélicos também não entendem Lutero. (Afinal, nunca deram bola pra ele de verdade.) Não! Eles não vão achar que não têm o que fazer. Querem fazer. Querem ter uma ótima performance ética, santificada, digna, potente! Os ungidos! Merecedores que se orgulham de dizer bem alto: "Éééée... Senhor.... eu não mereço, SenhoooooOOooor!". (Essa gemidela é pra deixar o tom mais piedoso. Mas cansa... Um dia quase falei pra uma pessoa assim: "Nós viemos aqui pra orar ou pra gemer?" Mas não falei, que sou até educadim).
É meu o trabalho? Qual é o meu trabalho? Confiar em Cristo (ponto). E mesmo isso, me é dado pelo Espírito Santo. Opa! Eu faço o que nessa parada? Descanso! Descanso? É! Mas não tenho que parar de fumar, de beber, de assistir porcaria na tv (tipo Silas Malafaia, BBB, André Valadão e Xuxa)? Não, não tem que fazer nada. É só confiar em Cristo. O resto é secundário. É até importante, para viver uma vida tranquila, baseada na sanidade do conselho de Deus, mas não vai contar uma pitadinha sequer para contribuir para sua redenção. E se a irmã Josefina rebolar assim e assado, ela continua sendo cristã? Meu amigo, que pergunta, heim? Tá de olho na buzanfa da Josefa e esquecendo de dar atenção pra sua esposa, não tá não? A Josefa é cristã se ela confia em Cristo. Isso é o Evangelho. E tem mais, se você não olha pra buzanfa da Josefa, não rebola com ela, não bebe álcool etílico, nem fuma umas coisas meio suspeitas, e acha que por isso merece um bocadinho mais o perdão de Deus, você é que não tem sido cristão, não tem vivido o Evangelho. Tem, pelo contrário, pensado que Jesus é um novo Moisés.
Como disse um pastor cujo sermão ouvi há pouco, a grande e última grande obra da carne é me fazer pensar que por mim mesmo eu confio em Deus. Verdade. E se eu reconheço essas coisas profundas, simples e impactantes do Evangelho, eu paro com essa babaquice de ficar bizoiando a vida dos meus irmãos para medir a espiritualidade deles por padrões morais.
O Evangelho é radical. Alguns dizem que é fácil ser religioso, mas que é difícil ser cristão de verdade. É verdade, mas eles o dizem pensando que é difícil porque tem que ter capacidade para cumprir isso e aquilo, coragem para dizer isso e aquilo etc... Não. É difícil porque tem que deixar de se achar, para achar-se seguro só em Cristo, por Cristo, para Cristo. E isso o orgulho besta não permite.
E as Leis? Servem de instrução. Mas não produzem salvação nenhuma, pois você nunca conseguiria cumprir todas. E tropeçar em uma é tropeçar na Lei como um todo. E toda a justiça que você pode conseguir tentando cumprir as leis não passa de um "trapo de imundice" diante do padrão do Deus Eterno. Outras imagens para trapo de imundice: fralda cagada, absorvente usado, pano de limpar banheiro público (depois de usado). Entendeu?
E Cristo? Ele te chama como você é. E não tem esse papo de que você depois tem que mudar. Porque se fosse assim, seria meio que propaganda enganosa, sabe? Ele te chama como você é. E se você ficar assim, ele ainda assim não te joga fora, pois morreu justamente para que você não tivesse que ser perfeito (porque não conseguiria). E se você melhorar aos poucos, que bom, vai viver mais tranquilo.
"Mas se eu falar isso para os evangélicos eles vão descambar de vez", alguém pode pensar. E daí eu observo: se descambarem é porque estão somente simulando algo que não parte do interior. "Mas os novos adeptos não vão santificar suas vidas". Claro que vão! Você não crê na obra do Espírito Santo? Ou crê, mas por via das dúvidas acha que tem que dar uma força pra Ele? Se continuarmos no papo vou até achar que você, no fundo, é um ateu que acha o cristianismo conveniente para a coesão social. (Já leu aquele livro do Unamuno?) Eu prefiro crer.
Enfim, os evangélicos precisam ser avisados urgentemente sobre o evangelho.
Quanto a mim, pecador que sou, incapaz de ser perfeito, confio em Jesus Cristo, o redentor. Só!
Tenho dito.
Abraço,
Cesar
P.S. Se você ficou com a ideia de que este deve ser o texto de um maloqueiro tentando se justificar, tá enganado. 1) Sou mais careta que a média. Não chego a corar lendo O Pequeno Príncipe, mas evito escrever a palavra "bunda", você percebeu? 2) Eu não tento me justificar em nada, pois Ele já me dá a justiça, toda que preciso.
P.S.' Desculpem o aspecto meio tosco do texto. Foi parido em poucos minutos no intervalo de tarefar urgentes.
P.S.'' Se o texto te ofende, desculpe-me por isso. Mas reflita. Talvez você se sinta ofendido pelo mesmo motivo que ofendia os judeus que queriam matar Paulo.
P.S.''' Não fuma e não bebe? Grandes coisas! Qualquer cachorro faz isso. A Miúcha, uma pitbull caramelo fofinha que às vezes fede um pouco, por exemplo, não fuma nem bebe. Ela poderia ser considerada cristã segundo os critérios de alguns. Mas, segundo o sentido apropriado do termo, não, pois ela não confia em Cristo.
P.S. (o último) Escrevi sobre certos evangélicos que desprezam o Evangelho. Tenho na mente a tarefa de, um dia, falar sobre certos católicos que desprezam a catolicidade da fé cristã.
P.S.''' Não fuma e não bebe? Grandes coisas! Qualquer cachorro faz isso. A Miúcha, uma pitbull caramelo fofinha que às vezes fede um pouco, por exemplo, não fuma nem bebe. Ela poderia ser considerada cristã segundo os critérios de alguns. Mas, segundo o sentido apropriado do termo, não, pois ela não confia em Cristo.
P.S. (o último) Escrevi sobre certos evangélicos que desprezam o Evangelho. Tenho na mente a tarefa de, um dia, falar sobre certos católicos que desprezam a catolicidade da fé cristã.
Muito bom. Tô postando no Facebook só pra causar polêmica hehehehe
ResponderExcluirVixi!!!!!
ResponderExcluirDe maneira alguma vc me ofendeu eu te entendo e confesso meu pecado, eu também concordo com 89% do que vc postou.
ResponderExcluirRealmente o meio evangélico hoje tem deixado as pessoas irritadas, também com tanta falsidade e desrespeito não era para menos.
Sou um desses ditos evangélicos do qual vc cita, porém gostaria de te dizer que isso não é uma questão da religião e sim do fanatismo junto com ignorância e falta de cultura do povo que cai nas igrejas.
Também isso não acontece só nas igrejas evangélicas acontece na politica ,no futebol, etc...
amigo o que no fundo importa é a sua honestidade seu respeito a vida, e seu amor ao próximo o resto é resto.
se vc cre na salvação vc crê no evangelho, vc é evangélico e é crente.
se vc praticar o evangelho do salvador, o resto é lei nada mais pra viver na lei vc mesmo disse é impossível.
por isso o que importa no fim de tudo é vc amar o próximo como a te mesmo.