Novidade

quinta-feira, 8 de março de 2012

HOJE NÃO É DIA DA MULHER

Não. Nada mais machista que um "dia da mulher". Dia do índio, dia da consciência negra, dia do diabético, dia do idoso... Os "dias" são criados para as minorias (ainda que numericamente maiores) oprimidas. Não. Mesmo não sendo mulher, eu me recuso a comemorar um dia chamado "dia da mulher". Este não é um dia feliz, uma migalha com creme recebida com contentamento. Não. É um dia triste, que lembra que ainda é preciso lutar para que as mulheres sejam respeitadas como seres humanos dignos. Sim, é "dia de luta pelos direitos da mulher". Dia triste, pois lembra que a luta ainda é necessária e, talvez, até mais urgente que antes.

Vivemos um tempo em que, apesar de todo desenvolvimento tecnológico e de todo aparato jurídico, a brutalidade impera e a violência se avoluma. Isso se percebe em todo tipo de relação interpessoal. E não deixa de acontecer, com certa dose de crueldade, nas relações entre muitos homens e suas respectivas esposas, que eles prefeririam chamar logo de escravas.

Este é dia de luto. E será dia de luto, até o dia em que não for mais necessário. E isso acontecerá quando falecer a última mulher com a cicatriz da última violência doméstica praticada sobre esta terra. Essa última cicatriz virará pó. Só então, o dia será feliz e poderá ser esquecido, apagado do calendário.

Assim vejo este dia sombrio. Eu o vivo com a esperança de que se acabe para sempre. Mas o cotidiano de nossa terra não traz bons prognósticos. E a Igreja, muitas vezes, se cala. Por quê?

segunda-feira, 5 de março de 2012

Eles não querem que você saiba: Antenas de Telefonia Celular Causam Câncer, segundo Tese de Doutorado defendida na UFMG

Tese mostra correlação entre casos de morte por câncer e localização das antenas de telefonia celular


Ana Rita Araújo


Para evitar exposição prolongada às radiações eletromagnéticas, a engenheira Adilza Condessa Dode usa celular apenas em casos de extrema necessidade. A precaução decorre de estudos que desenvolve há cerca de uma década, com o intuito de descobrir os efeitos físicos, químicos e biológicos da radiofrequência nos seres vivos. Em tese defendida na UFMG, no final de março, Adilza Dode confirma a hipótese de que há correlação entre os casos de óbito por neoplasia e a localização de antenas de telefonia celular, em Belo Horizonte.

Por meio de geoprocessamento, a pesquisadora constata que a região Centro-Sul da capital mineira possui a maior concentração de antenas e a maior taxa de incidência acumulada de mortes por câncer. A menor taxa está na região do Barreiro, que também abriga o menor número de antenas instaladas.

“A poluição causada pelas radiações eletromagnéticas é o maior problema ambiental do século 21”, afirma a engenheira, que, em sua tese, recomenda a adoção, pelo governo brasileiro, do chamado princípio da precaução, aprovado na Conferência Rio-92. Segundo tal premissa, enquanto não houver certeza científica da inexistência de riscos, o lançamento de novo produto ou tecnologia deve ser acompanhado de medidas capazes de prever e evitar possíveis danos à saúde e ao meio ambiente.

Componente da banca que avaliou a tese de Adilza Dode, o professor Álvaro Augusto Almeida de Salles, do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), destacou que a pesquisa confirma resultados de estudos realizados na Alemanha e em Israel. “Com esse trabalho, Belo Horizonte coloca-se em uma importante posição na área”, comentou.

A pesquisa


Preocupada com a quase inexistência de dados sobre os efeitos de uma tecnologia que rapidamente se popularizou, Adilza Condessa Dode defendeu, em 2003, dissertação de mestrado orientada pela professora Mônica Maria Diniz Leão, do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFMG, em que provou a existência de sobreposição de radiação em áreas onde há antenas instaladas, o que causa contaminação eletromagnética.

Para o doutorado, trabalhou com a hipótese de relação entre mortes por câncer e a proximidade residencial com antenas – estações radiobase (ERB) – de telefonia celular. Adilza Dode realizou pesquisa em bancos de dados preexistentes, cruzando informações sobre óbitos, em Belo Horizonte, de 1996 a 2006, com informações populacionais fornecidas pelo IBGE.

Entre os 22.543 casos de morte por câncer, no período de 1996 a 2006, a pesquisadora selecionou 4.924, cujos tipos – próstata, mama, pulmão, rins, fígado, por exemplo – são reconhecidos na literatura científica como relacionados à radiação eletromagnética. Para processar essas informações, ela contou com a co-orientação da professora Waleska Teixeira Caiaffa, uma das coordenadoras do Observatório de Saúde Urbana de Belo Horizonte e do Grupo de Pesquisas em Epidemiologia da Faculdade de Medicina da UFMG.

Na fase seguinte do estudo, Adilza Dode elaborou uma metodologia inédita, utilizando o geoprocessamento da cidade, para descobrir a que distância das antenas moravam as 4.924 pessoas que morreram no período. “A até 500 metros de distância das antenas, encontrei 81,37% dos casos de óbitos por neoplasias”, conta a pesquisadora, professora do Centro Universitário Izabela Hendrix e da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.

Ela comenta que, nos últimos anos, houve crescimento de casos de câncer de encéfalo no país, como atestam dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), e aumento no uso da telefonia celular. “Não posso afirmar que esta é a causa dos óbitos; mas qual é o fator novo nesse período? O fator ambiental que veio a público é a telefonia celular, não há outro”, analisa. Segundo ela, a literatura científica sugere a quem tem câncer e faz quimioterapia que evite exposição a campos eletromagnéticos.

Níveis seguros?


Há níveis seguros de radiação para a saúde humana? “Esse é exatamente o problema: até agora, ninguém sabe quais os limites de uso inócuos à saúde”, explica Adilza Dode, ao destacar que os padrões permitidos no Brasil são os mesmos adotados pela Comissão Internacional de Proteção Contra Radiações Não Ionizantes (Icnirp), normatizados em legislação federal de maio de 2009. Para a pesquisadora, esses padrões são inadequados. “Eles foram redigidos com o olhar da tecnologia, da eficiência e da redução de custos, e não com base em estudos epidemiológicos”, assegura.

Segundo o professor Álvaro Augusto Almeida de Salles, da UFRGS, também não existem pesquisas epidemiológicas que demonstrem os efeitos das ondas emitidas por equipamentos de wireless, wi-fi e bluetooth, que irradiam em níveis mais baixos, mas contínuos. “Somos cobaias de tecnologias que ainda não se mostraram inócuas”, sentencia.

Adilza Dode informa que os campos eletromagnéticos interferem, também, em equipamentos biomédicos. “Por isso, é necessário desligar o celular ao entrar em hospitais, e não se deve, de forma alguma, instalar ERB em área hospitalar”, adverte, ao lembrar que mesmo as pessoas que não usam celular recebem radiação emitida, de forma contínua, pelas antenas.
Ela informa que países como Suíça, Itália, Rússia e China adotaram padrões bem mais baixos que os permitidos pela Icnirp. E no Brasil, o município de Porto Alegre editou lei que define níveis de emissões de radiações similares aos da Suíça.

Em sua tese, Adilza citou diversos estudos internacionais que procuram compreender os efeitos dos campos eletromagnéticos. Um deles, o projeto Reflex, financiado pela União Europeia, realizado em 2004 por 12 laboratórios especializados em sete países, afirma que a radiação eletromagnética emitida por telefones celulares pode afetar células humanas e causar danos ao DNA, ao alterar a função de certos genes, ativando-os ou desativando-os. Outro estudo, realizado em Naila (Alemanha), constatou a incidência três vezes maior de câncer em pessoas que viveram em um raio de até 400 metros das antenas de telefonia celular.

Em Netanya, em Israel, outro estudo mostrou o aumento de 4,15 vezes na incidência de câncer para os moradores que residiam dentro de um raio de até 350 metros das antenas de telefonia celular. Há, ainda, pesquisas que apontam riscos maiores para crianças, devido às especificidades de seu organismo. “A penetração das radiações eletromagnéticas no cérebro das crianças é muito maior que no dos adultos”, destaca Adilza Dode, que já se prepara para começar nova etapa de estudos. Seu objetivo agora é medir os níveis de exposição humana às radiações eletromagnéticas nas residências das pessoas diagnosticadas com câncer.

Recomendações


“Não somos contra a telefonia celular, mas queremos que o Brasil adote o princípio da precaução, até que novas descobertas científicas sejam reconhecidas como critério para estabelecer ou modificar padrões de exposição humana à radiação não ionizante”, diz a pesquisadora
Em um capítulo de sua tese, ela lista uma série de recomendações. Entre elas, a de que o Brasil adote os limites já seguidos por países como a Suíça. Sugere, ainda, que o governo não permita transmissão de sinal de tecnologias sem fio para creches, escolas, casas de repouso, residências e hospitais; crie infraestrutura para medir e monitorar os campos eletromagnéticos provenientes das estações de telecomunicação e desestimule ou proíba o uso de celulares por crianças e pré-adolescentes.

Às indústrias, a tese recomenda a produção de telefones celulares com radiação no sentido oposto à cabeça do usuário, o investimento em pesquisa para descobrir limites seguros e a redução dos níveis de radiação emitidos pelas antenas. Aos usuários, Adilza sugere que não andem com celulares junto ao corpo; adotem a prática de envio de mensagens, evitando, ao máximo, sua proximidade ao ouvido; e afastem-se de outras pessoas ao recorrer ao aparelho. A autora aconselha, ainda, que cada prédio tenha área reservada para uso de celular, e que os moradores não aceitem a instalação de antenas. “Há uma crença segundo a qual o prédio onde se encontra uma antena de celular não recebe radiação. Isso foi desmentido por pesquisas recentes”, adverte a pesquisadora.

Tese: Mortalidade por neoplasias e telefonia celular em Belo Horizonte, Minas Gerais
Autora: Adilza Condessa Dode
Defesa: 26 de março de 2010,
junto ao Programa de Doutorado
em Saneamento, Meio Ambiente,
e Recursos Hídricos (Desa)
Orientadora: Mônica Maria Diniz Leão, professora do Departamento
de Engenharia Sanitária e Ambiental,
da Escola de Engenharia da UFMG
Co-orientadora: Waleska Teixeira Caiaffa, professora do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade
de Medicina da UFMG
Leia mais no site
www.mreengenharia.com.br




Meu comentário: Ironicamente, a reitoria da UFMG, há alguns anos, permitiu a instalação de uma baita antena dentro do próprio Campus. É uma antena disfarçada de pinheiro gigante. Coisa ridícula essa nossa sociedade que pensa no conforto e no lucro em primeiro lugar o tempo todo. Aliás, se a Igreja se manifesta sobre o assassinato dos humanos ainda não nascidos, isto é, sobre o aborto, não deveria se interessar também pelos assassinatos causados pela omissão comunitária em prol do "bom" sinal do celular?


sábado, 3 de março de 2012

Milton Schwantes está morto

Ele morreu no dia 1 de março. Decerto, muitos de meus leitores não gostam (ou não gostariam, se conhecessem) do trabalho do professor Schwantes. Eu mesmo, há pouco, discordei pontualmente de uma de suas leituras. Mas não há como negar que o volume da produção do pastor (IECLB) e professor (docente na UMESP, graduado pela EST e doutorado pela Universidade de Heidelberg) Milton Schwantes impressiona. Cá e acolá, da parte de católicos e evangélicos, no Brasil e no exterior, o que se lê é que morreu um dos maiores biblistas brasileiros. E pena que morreu ainda novo.

Nestes dias, então, o Brasil perdeu um grande lider da Igreja Anglicana, Robinson Cavalcanti, assassinado por um filho adotivo no Recife, e um grande biblista e pastor luterano, vencido por uma enfermidade.

Que Deus console as famílias de ambos e cuide para que suas ovelhas continuem bem pastoreadas.

O currículo do professor Milton Schwantes, que, apesar de impressionante, não reflete totalmente sua importância na vida de muitas pessoas, é o que se encontra neste link: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=K4795812D5

Abraço,

Cesar

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O ser humano não foi criado para a perdição - Devocional de Sandro Sampaio

Ainda de férias do blog, transcrevo o devocional referente ao dia 27/02 no "Meditações para o dia a dia", da editora Vozes. O autor é Sandro B. Sampaio, de tradição presbiteriana.


"Vinde, abençoados por meu Pai! Tomai posse do reino preparado para vós desde a criação do mundo" (Mt 25,34)

O Reino de Deus já está preparado para todos aqueles que creram em Jesus e assumiram o projeto de Deus para o mundo, amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

A estes o juízo final não é algo aterrador, pavoroso, cinematográfico, é a conclusão natural de tudo o que o Criador preparou para o bem da raça humana.

Mas, isto não significa que toda a raça humana estará enquadrada na categoria de "abençoados por meu Pai". Lamentavelmente, há também outra categoria, a de "malditos" (Mt 25,41), que são aqueles que rejeitaram o amor a Deus e ao próximo, e escolheram rejeitar o projeto de Cristo para si mesmos.

Apesar destas palavras duras, uma realidade chama a atenção em Mt 25: quando Jesus fala dos salvos, Ele declara que o Céu ou o Reino de Deus estava preparado para estes seres humanos "desde a criação do mundo"; já quando fala dos perdidos diz que o inferno não foi, originalmente, preparado para os seres humanos, mas foi "preparado para o diabo e seus anjos".

Isto é muito consolador; mesmo em meio a palavras tão duras e definitivas, vemos que Deus preparou para todos os seres humanos a bem-aventurança. Ele não preparou, portanto, a perdição para nenhum de nós. Isto quer dizer que todos podemos ser salvos, basta aderirmos a Cristo e seu projeto. A perdição só é o destino daquela pessoa que, livre e definitivamente, rejeitar a Deus e a Cristo.

Com isto em mente, abracemos a Cristo e sua proposta e levemos esta mensagem de esperança ao maior número possível de pessoas: Verdadeiramente Deus ama a todos!

Obrigado, meu Deus, por teu grande amor, mesmo que eu não o mereça, quero dele me apropriar. Por Cristo, amém!

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O Jet ski desgovernado e um Brasil que não tem mais jeito

Nestes dias, soubemos da triste notícia de uma menina de três anos assassinada por um Jet Ski desgovernado. Assim descrita, a coisa parece estranha. Como um Jet Ski, que é uma coisa impessoal e, por conseguinte, carente de vontade própria, poderia assassinar alguém? Sim, a minha frase é paradoxal. Mas, com ela, quero observar que é mesmo paradoxal o modo como grande parte da imprensa brasileira costuma divulgar os "acidentes" que pululam por este país. "O carro ficou desgovernado" (Carro rebelde!). "Ele perdeu o controle da direção" (como se a "direção", a partir de então, fosse dada ao acaso, e tudo que tiver acontecido a partir daí é culpa do mesmo acaso.). "O caminhão perdeu os freios!" (Quem ajuda o caminhão a procurá-lo?). "Ele passou mal ao volante!" (Porque não tomou o remédio que sabia que tinha que tomar! Ou porque alguém a serviço do Detran foi descuidado ao conceder-lhe a renovação da carteira.) E por aí vai.

"Acidentes não acontecem", como disse um médico cansado de atender casos de trauma, "eles são causados". Totalmente verdadeira a afirmação. Acidentes são causados por pessoas que descumprem regras de operação, de segurança, de manutenção etc. E como, no Brasil, nós não somos dados à observação estrita de regras e procedimentos, os acidentes são causados abundantemente todos os dias. E isso continua a acontecer por um motivo simples. Na segunda feira de carnaval, pude escutar minha vizinha dizendo ao filho pequeno: "Hoje você vai ter que sentar na cadeirinha, porque tem polícia!" Lindo! O filho entende assim: "Filho, hoje, nós vamos cumprir a regra porque existe a possibilidade de sermos punidos, viu? Não vamos poder fazer como nos outros dias". A escola do desrespeito às regras começa cedo para os brasileirinhos.

Aliás, para os brasileirinhos que têm o direito de viver, pois outros tantos são assassinados por pessoas que, inocentemente, descumprem regras aparentemente bobas, por pessoas como certos pais que acham normal dar um Jet Ski a um garoto de 14 anos. "Afinal, o governo não percebe que é só um brinquedo?"

Não concordar com uma ou outra lei não é errado. O errado é o hábito de descumpri-las, em vez de lutar para que sejam mudadas. Se acham que o filhinho deveria usar o Jet Ski, deveriam manifestar-se a favor da mudança da lei e não ensinar o adolescente a ser mais um desrespeitoso.

Mas a maioria das pessoas fazem o mesmo que esses pais irresponsáveis. Escolhem leis para cumprir e outras para não cumprir. O sujeito acha absurdo se alguém estaciona na entrada de sua garagem. Briga! Exige seu direito! Esbraveja que é falta de respeito! Mas, logo que consegue sair de casa, não respeita a primeira faixa de pedestre que encontra. Cada um se julga no direito de fazer isso ou coisas semelhantes. E a bagunça se generaliza! Quer ver um exemplo vivo disso? Venha ver o trânsito de Belo Horizonte!  (Aliás, tem regras que os brasileiros fazem ser seguidas estritamente: aquelas famigeradas regras evocadas em processos judiciais que amenizam, anulam ou protelam as punições merecidas pelo descumprimento de outras regras!)

E a consequência é grave. Não só o Jet Ski, mas também o Brasil está desgovernado. E não é por culpa do governo, simplesmente. O problema é mais geral, é da população. Como governar um navio cujo timão não muda com precisão o rumo tomado?

A nau está quebrada. Um dia, afunda.

Salve-se quem puder! E nem digo "mulheres e crianças primeiro", pois ninguém respeitaria.

Abraço,

Cesar

P.S. Ainda de férias do blog, mas não resisti a escrever isso.


domingo, 19 de fevereiro de 2012

Bolo Liderança - Texto de Alberto Couto Filho

Ainda de férias do blog, aproveito para postar este precioso texto do amigo Alberto. Aproveitem!

 

BOLO LIDERANÇA

Com Sinergia Servidora

No preparo do Bolo Liderança você tem uma excelente oportunidade de empregar o seu talento criativo e de receber os mais sinceros elogios pelo muito de saboroso, salutar e fortificante que a sua ingestão educacional oferece.
O Bolo Liderança será servido não apenas em reuniões do tipo “café da manhã”, ou como quiserem seus apreciadores, “at break-fast”, mas também a qualquer instante como sobremesa indutiva de grande efeito espiritual/profissional, para influenciar agradavelmente tanto a neófitos empolgados, (recém-convertidos ou consagrados e recém-contratados ou promovidos) e a pessoas frustradas (discípulos desanimados e aprendizes decepcionados), quanto a pessoas indecisas (cristãos relutantes e profissionais inseguros) ou mesmo a pessoas de desempenho superior (cristãos vitoriosos e profissionais auto-confiantes), durante refeições comemorativas do sucesso obtido, mediante relacionamento eficaz entre líderes e liderados.
A bem da verdade o Bolo Liderança estará sempre sendo servido por todo o tempo em que ocorrerem interações entre as pessoas, num clima de cordialidade, respeito e amor, onde estará prevalecendo a autoridade legítima, nas relações de interdependência (distribuição equilibrada de poder e influência – relações de igualdade – equipes sinérgicas- o empoderamento).
O Bolo Liderança difere do Bolo Gerência quanto aos resultados obtidos pela sua aceitação. O que ocasiona tal diferença são os ingredientes principais usados em seu preparo. Enquanto o Bolo Gerência tem como principal ingrediente o Poder, gerador de irrestrita OBEDIENCIA, o Bolo Liderança, cujo ingrediente principal é o AMOR, acrescenta à OBEDIÊNCIA uma grande dose de MOTIVAÇÃO. Enquanto aquele consegue que as pessoas façam, este consegue que as pessoas desejem fazer.
Ingredientes:

Conhecimentos técnicos

QI

Inteligência Emocional

Prática de Delegação

Flexibilidade

Amor com motivação
Sinergia em suas quatro fases:

A – Interação

B – Entendimento Apreciativo

C – Integração

D – Implantação

Como preparar:
Pré-aqueça o forno da humildade a uma temperatura aceitável e unte uma fôrma (de conformidade com os objetivos traçados) de bolo com o QI, que envolva não só a capacidade intelectual, mas também os aspectos cognitivos, como: compreensão do todo, visão de longo prazo e bastante de domínio do contexto do segmento em que você atua;
O mesmo QI será batido com a Inteligência Emocional, ingrediente visto como a necessária capacidade de ombrear (trabalhar/comungar) com outras pessoas e conduzir quaisquer processos de mudança ou de transformação de vidas. É o momento de adicionar pitadas da prática de delegação;
Coloque agora o Conhecimento Técnico sobre a tarefa, misturado à Flexibilidade na escolha do estilo adequado ao nível de desenvolvimento (maturidade) das pessoas apreciadoras do Bolo Liderança e peneire sobre a mistura anterior. Adicione agora uma dose generosa de Motivação com muito Amor e misture tudo de forma tolerante, generosa e paciente;

Adicione o que resta do Conhecimento Técnico sobre relacionamentos a um pouco mais de Motivação (Não esqueça do Amor). Sacuda a organização, busque o comprometimento, fazendo com que todos admitam que a mistura produzida é o prenúncio de algo palatável, rumo à consecução dos objetivos; à Visão de Deus; rumo a eficácia e ao sucesso.
Transfira a mistura para a fôrma (conformidade com as metas) e leve ao forno da humildade. Em pouco tempo, a coesão e a unidade já poderão ser observadas;
Espalhe agora, sobre o Bolo, a Sinergia Servidora.
Primeiro a Interação – Defina com clareza as metas e assuma interdependência em relação ao sucesso; Comunique efetivamente entre si, com baixa distorção; Ouça ativamente (para compreender e não para avaliar) não só os fatos, mas também as percepções expressas na comunicação; Comunique de forma a gerar confiança e credibilidade recíprocas.
Agora o Entendimento Apreciativo– Crie um clima aberto, onde as diferenças possam emergir apropriadamente; Não precipite quaisquer pré-julgamentos negativos acerca de idéias, crenças, percepções, atitudes ou preocupações de outros; Crie ambiente de empatia mútua; Valorize a diversidade e saiba identificar características positivas nos pontos de vista de cada um;
É hora e vez da Integração –Saiba tolerar ambigüidades; Para apoiar o seu grupo, modifique seus próprios pontos de vista, comportamentos, etc; Procure gerar meios criativos de fundir diversas perspectivas em uma alternativa nova e mutuamente apoiada; Identifique mensagens e conceitos que não devem ser integrados.

E finalmente a Implantação, pois a receita do nosso bolo atende à principal missão da Liderança: Agenciar Mudanças; Transformar Vidas – Estabeleça planos específicos e mensuráveis de metas, objetivos e ações; Monitore o progresso da implantação e supra o necessário reforço para assegurar seu êxito; Implante a mudança a uma velocidade que satisfaça as necessidades legítimas de todas as partes envolvidas; Modifique, se necessário, o plano de implantação para assegurar sua relevância para as realidades correntes.
O Bolo Liderança está pronto; Estamos em festa; Comemoremos; Deleitem-se; Sirvamo-lo.
Alberto Couto Filho

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Nepotismo Eclesiástico - por pr. Luiz Fernando Ramos de Souza

Continuando meu período de férias do blog, apresento esse texto de um antigo pastor meu. Aliás, o primeiro de dois que escolhi na vida. Felizmente, tanto quanto o atual, é pessoa que não ignora a importância do conhecimento. Decerto, dele discordei muitas vezes (muitas, talvez, por imaturidade), e muitas mais agora, que já não sou batista há anos. Ainda assim, guardo lições importantes que aprendi com ele e, lendo o blog que ele escreve, lembro e noto que ainda tenho um pouco do pensamento dele permeando o meu no que se refere a alguns assuntos. Neste texto que apresento, ele trata de um problema que é até caricaturizado na experiência de igrejas gigantes como a Lagoa no Diminutivo, mas que também ocorre em outros cantos por aí. Deus nos livre. E você leia o texto!

Minha foto
este é ele (foto furtada do blog: www.ministerioforcaparaviver.blogspot.com)


Nepotismo (do latim nepos, neto ou descendente) é o termo utilizado para designar o favorecimento de parentes em detrimento de pessoas mais qualificadas, especialmente no que diz respeito à nomeação ou elevação de cargos. Originalmente a palavra aplicava-se exclusivamente ao âmbito das relações do papa com seus parentes, mas atualmente é utilizado como sinônimo da concessão de privilégios ou cargos a parentes no funcionalismo público. Distingue-se do favoritismo simples, que não implica relações familiares com o favorecido. Prática tão nefasta no serviço público que vem ganhando contornos de espiritualidade no meio cristão. Observo cada vez mais pastores praticando o nepotismo descaradamente. Fazem do ministério um meio de empregar seus filhos e parentes mais próximos. Vejo que o ministério pastoral virou um meio não um ideal de vida. Para tentar ter domínio sobre uma igreja consagra-se grande número de parentes e sem o menor constrangimento. Filhos de pastores que nunca souberam o que é trabalhar por uma hora sequer são consagrados a pastores para suceder seus pais quando estes deixarem o ministério. Muitas vezes filhos de pastores que possuem um passado conturbado, profano que precisa ser escondido de qualquer maneira, assumem púlpitos com ares de santidade e vasto conhecimento. Assumem igrejas de portes razoáveis e dizem que Deus os chamou para o ministério. Irmãos, sobrinhos, genros e o que mais aparecer assumem a liderança da obra de Deus sem ao menos terem sido provados pela vida, igreja e por Deus. Se as igrejas fossem consultadas sobre tais consagrações nunca teriam aprovado tais atos. Muitos consagram seus filhos e parentes ao ministério pastoral como se fosse um negócio que passasse de pai para filho. Tratam a sucessão pastoral como se fosse coisa hereditária. Isso não é dinastia onde os sucessores pertencem à mesma família. Tenho visto pastores chegando ao fim de suas vidas como Eli chegou ao fim da sua. Filhos que levam o povo de Deus ao erro e ao escândalo são alçados às lideranças e os pais com medo de submeterem a Deus a sucessão pastoral, usam do poder que lhes foi conferido para calar a voz da comunidade e da Bíblia. Sujeitam o povo de Deus a lideranças descaracterizadas e rudes e se esquecem que o Senhor é o Sumo Pastor. Não sou contra filho de pastor receber chamado ministerial. Sou contra essa tendência pernóstica que infiltrou no seio da igreja. Tal filho tendo um chamado ministerial que curse uma universidade, depois faça um mestrado e em seguida uma boa faculdade teológica. Que preencha os requisitos de I Timóteo e Tito, que não seja neófito, quem goze de bom testemunho dos de fora e a igreja local, em sua maioria, reconheça tal chamado. Anos atrás encontrei um pastor que havia cursado comigo o mesmo seminário. Ele me disse que havia insistido com seu filho para estudar e trabalhar, mas que o rapaz se recusava. Como última alternativa ele disse para o rapaz: “então vá ser pastor”. Logo em seguida me perguntou o que eu achava disso. Eu lhe respondi do jeito que a coisa veio: “Seu filho é tão desqualificado quanto você. Tal pai tal filho”. Virou mania no meio evangélico pastores dizer que existe uma unção especial sobre filhos de pastor. Outro dia, em uma reunião da ordem de pastores que freqüento, um pastor disse que Deus lhe havia dado uma revelação que todo filho de pastor era pastor. Nunca ouvi tal atrocidade como aquela. Revelações esdrúxulas e carnais como estas somente atrapalham o meio cristão. Tais revelações passam por cima da Revelação da Palavra. Filho de pastor que não for alcançado pela graça de Deus perecerá como perece o ímpio. Alguém já disse no passado: “Deus não tem netos, somente filhos”. Mas que o Senhor se apiede de nós pastores e nos dê a graça de conduzir nossos filhos ao pleno conhecimento de Cristo. Que a igreja possa se submeter ao soberano Senhor e aceitar suas decisões. Que nós pastores sejamos mais fieis no trato das coisas de Deus. Em Cristo que não faz acepção de pessoas.

Soli Deo Glória

Pr. Luiz Fernando R. de Souza